A Transformação Ecológica

Se entrassem agora em minha casa e abrissem o meu armário dos detergentes ou fossem à minha casa de banho, encontrariam muito poucos produtos que contenham químicos agressivos, se abrissem os meus armários da cozinha encontrariam poucos enlatados e no frigorífico a maioria dos alimentos que veriam seriam frescos. Se se parassem a olhar para os meus candeeiros veriam que as minhas lâmpadas são de baixo consumo e poderiam até dar-se conta que os meus electrodomésticos são energicamente eficientes e que aqui se faz separação de lixo. Provavelmente se olhassem com atenção ainda se aperceberiam de mais uns quantos pormenores e objectos que para muita gente seriam um pouco estranhos ou "anormais", mas os nossos hábitos e a nossa casa nem sempre foram assim.

Há bem pouco tempo comprávamos, tal como a maioria das pessoas, os produtos que tivessem o pacote visualmente mais atractivo, da marca da moda ou que nos dessem a ilusão de suprir uma necessidade. Não perdíamos tempo a ver listas de ingredientes ou tabelas de consumo, nem sequer a escolher os vegetais e frutas mais apetitosos.

Mas um dia tudo mudou. 

E porquê esta mudança radical?

Porquê dar-nos a todo este trabalho?

Tudo começou pouco tempo depois de decidirmos que queríamos ter um bebé. Um belo dia, como boa organizada que sou, arregacei as mangas e pus-me a tentar fazer uma lista de todos os objectos necessários para ele e a fazer uma espécie de orçamento.

O objectivo deste orçamento era, não só ter uma ideia de quanto custa ter um bebé, mas também descobrir formas de poupar sem comprometer a qualidade de vida do rebento. E assim, nesta busca encontrei as fraldas reutilizáveis. Apesar de já ter ouvido falar sobre elas no passado, devo confessar que a minha ideia da sua imagem e facilidade de uso estava completamente ultrapassada. Fiquei tão fascinada com a evolução deste produto que quis saber tudo o que pude acerca dele e foi ai que me deparei com as vantagens que estas tinham para o ambiente e especialmente para a saúde quando comparadas com as suas primas descartáveis. 

Foi assim que tomei consciência da quantidade de químicos que entram em contacto com o nosso organismo diariamente e do mal que eles nos fazem a nós e ao ambiente. Nesse momento ficou claro para mim que já não podia voltar atrás, que a minha vida e percepção das coisas tinha mudado irreversivelmente e assim começou a nossa jornada para tornar as nossas vidas mais ecologicamente conscientes e naturais.

Pouco a pouco fomos alterando os nossos hábitos de consumo, deixando para trás os químicos e tentando gastar menos... menos luz, menos água, menos plástico, menos tudo.

O descartável deu lugar ao reutilizável e o comprar deu lugar em muitos casos ao "do it yourself".

Está claro que ainda usufruímos, e sempre usufruiremos, de muitas comodidades modernas, mas de dia para dia, de semana para semana e de mês para mês vamos atingindo pequenos objectivos que nos tornam mais saudáveis e felizes!