quarta-feira, 17 de junho de 2015

Transferência, espera e resultados...



Olá a todos!

Antes de mais queria desculpar-me por ter demorado tanto a dar noticias, mas realmente não foram semanas fáceis em nenhum sentido.
Este post será a conclusão da aventura que passou por "Medos, Medicações e afins..." e depois por "Ecografias, análises e outras aventuras...".

Após a noticia de que 2 dos meus óvulos tinham fertilizado, veio a noticia de que ambos estavam a evoluir às mil maravilhas e que iriamos tentar fazer a transferência ao 3º dia.
E assim lá voltámos nós ao HUC, cheios de esperança e com muita ansiedade, afinal não é todos os dias que se sabe que de dois óvulos e dois espermatozóides começaram a surgir dois novos seres.
Dadas as nossas circunstâncias especiais (FIV não controlada) foi preciso começar por fazer uma nova ecografia para saber em que estado se encontrava o meu útero. As noticias foram intermédias, tinha apresentado 3 camadas e a progesterona tinha ajudado a preparar a 3ª para a implantação, mas não tinha espessado tanto como se desejaria, mais uma vez estava apenas com 7mm, ainda 1mm abaixo do que os médicos gostam de ver para uma transferência. Ainda assim a equipa foi da opinião de que devíamos avançar e assim foi. 
Encaminharam-me para a sala de transferências e a embriologista veio falar comigo sobre o estado dos meus guerreirinhos, que não poderia ter sido melhor, um embrião de 8 células de excelente qualidade e uma mórula de excelente qualidade. Acho que foi um dos momentos mais extasiantes da minha vida, os meus guerrerinhos estavam a evoluir como dois campeões! Ainda nos foi dada a possibilidade de só transferir um e congelar o segundo, mas pensando em tudo o que tinhamos passado até ao momento, como tudo parecia a estar a acontecer de uma forma que parecia mesmo o destino e dado o estado do meu útero e que o segundo embrião poderia não sobreviver ao descongelamento, decidimos avançar com a transferência dos dois.
Alguns minutos depois chegou a médica que realizou a transferência, que ainda me perguntou se estava segura da decisão de colocar os dois, e a transferência começou. Devo dizer que esta etapa foi bastante diferente do que eu imaginava e aqui foi quando realmente começámos a entrar no "território desconhecido". A transferência custou mais do que eu pensava e doeu mais do que alguma vez poderia esperar, mas talvez tenha sido apenas por estar mais nervosa ou talvez por a médica não ter sido tão cuidadosa como eu desejaria.
Logo após a transferência passaram-me para uma nova marquesa, sempre com cuidado de não levantar a cabeça, parece que esse gesto quase involuntário contrai a zona úterina e após transferência os médicos querem-nos o mais paraditas possível, e depois foram duas longas horas de pernas elevadas e a cabeça a mil à hora, seguido de 5 dias de baixa, dois dos quais em repouso absoluto. Esses primeiros 5 dias até passaram bem. Estar em casa rodeada de todo o mimo e distraída por conversas, jogos, filmes e afins fizeram com que o tempo passasse a voar (apesar de pelo caminho terem surgido alguns problemas pessoais que não me deixaram estar tão descontraída como queria), mas quando acabaram foi como entrar numa nova dimensão. Os medos vieram todos ao de cima, a cabeça não parava por muito que tentasse e o tempo parecia que não passava. Uma hora, um dia, uma semana sempre com o tempo a arrastar-se, até que, 10 dias após a trasnferência começo com pequenas perdas de sangue. Ao inicio pensei que talvez fosse a famosa nidação, mas as perdas não pararam e 3 dias depois (um dia antes do beta) a menstruação aparece.
Foi um grande balde de água fria. Raiva, desespero, tristeza... todos aqueles sentimentos que nos deitam abaixo ciclo atrás de ciclo apareceram com uma força maior que nunca. Os meus dois guerreirinhos tinham desaparecido e nada neste mundo me poderia consolar.
No dia seguinte reuni as forças que me restavam e fui fazer o beta que, apesar de saber que iria ser negativo é exigido neste tipo de tratamentos. O resultado foi, claro, negativo.
Sem explicações e sem grande emoção ou força pela parte da médica que entregou a noticia, foi-me apenas dito que agora teria que marcar nova consulta e que então o médico falaria comigo.

Neste momento sinto-me melhor. Acho que esta será uma pequena ferida que ficará para sempre comigo, mas já consigo funcionar, já consigo sorrir, já consigo levantar a cabeça com a esperança de que no final tudo acabará bem.
Por agora, resta-me esperar pela consulta que acontecerá no inicio do próximo mês e continuar a treinar com todo o amor.

Bons Planos!

2 comentários:

  1. Ai minha querida acompanho-te desde o de mãe para mãe, deixei de seguir a página pois não me estava a fazer bem, 2 anos e meio de infertilidade fizeram-me isto.
    Não te consigo dizer a quantidade de vezes que aqui vim para saber de ti, pois queria, aliás quero compartilhar contigo o teu positivo.
    És muito forte uma inspira para nós que também queremos ser mães.
    Eu fiz uma IIU em Fevereiro e estou grávida de 5 meses, a ansiedade e medos são muitos.
    Acredito que vais conseguir para mim já es mãe, es uma mãe que ainda não teve um filho.
    Para ti um beijinho, bons planos e força.

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    1. Apesar de não saber quem és, queria agradecer muito por este comentário, são palavras lindas e dão-me ainda mais força para seguir em frente e também pelo facto de me teres seguido todo este tempo.
      Muitos parabéns pelo teu positivo, espero que a tua gravidez esteja a correr bem e que em breve tenhas um bebé lindo e saudável nos braços.
      Beijinho grande

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