quinta-feira, 14 de maio de 2015

Ecografias, análises e outras aventuras...



No post "Medos, Medicações e afins..." expliquei os meus receios para este ciclo e descrevi os sintomas que fui sentindo ao longo da toma da medicação até ao 10º dia (8º dia de medicação).
Agora vou seguir com a história deste ciclo desde esse último dia.

O 10º dia do ciclo foi dia de ecografia de controlo. Normalmente esta ecografia faz-se ao 11º ou 12º dia, no entanto, uma vez que existia o receio de eu sobre-estimular, foi decidido que este ciclo a faríamos um pouco antes. Então, quinta-feira passada, dirigi-me novamente a Coimbra para ver se estava tudo em ordem e, tal como já estava à espera, os meus ovários que adoram ser dramáticos tinham já produzido 18 folículos de diversos tamanhos (11 no ovário direito e 7 no esquerdo), sendo que 7 deles estavam acima dos 13mm. O meu endométrio também resolveu contribuir para a festa estando com uns escassos 5mm.
Mais uma vez vimos uma IIU ser cancelada, mas, uma vez que já existia um historial de sobre-estimulação e endométrio fino, foi-nos dada a opção de fazer uma FIV de resgate, ou seja, sem nenhum tipo de controlo e portanto, que poderia ser cancelada a qualquer momento se as coisas não corressem bem. 
Para não perder mais um ciclo decidimos aceitar e assim começou a maior montanha-russa emocional que já experimentei em todo o meu tempo de treinos.
Logo nesse dia tiraram-me sangue para verificar se existiam algumas doenças transmissíveis e levei para casa vários papéis com consentimentos sobre os quais tínhamos que reflectir e assinar (de futuro tentarei fazer um post só com informação sobre este ponto, porque se não este vai ficar longuíssimo).

Dois dias depois voltámos ao hospital para nova ecografia e análises hormonais. Desta vez as noticias foram ligeiramente melhores, mas ainda não realmente animadoras. O endométrio tinha espessado mais 1mm, mas tanto as análises como a eco apresentavam sinais de que estaria muito perto de ovular e em risco de hiper-estimulação. As probabilidades de chegar a fazer FIV este ciclo eram bastante baixas e, mesmo que chegasse a fazer punção, muito provavelmente só poderia transferir no próximo ciclo.
Foi-nos dada mais uma vez a possibilidade de desistir e cancelar o tratamento, mas não quisemos, recusámos baixar os braços e marcámos a punção para segunda-feira. Nessa noite levei a injecção de pregnyl, que até custou muito menos do que na última vez, e comecei a aumentar as minhas doses de água, conjuntando-a com gatorade para evitar entrar em hiper-estimulação. Também continuei a comer abacaxi e gelatina para tentar dar um empurrãozinho ao endométrio.

Segunda-feira chegou e aí sim os nervos eram visíveis e a esperança tinha começado a cair a pique. Cheguei ao hospital completamente convencida de que já tinha ovulado e que a punção seria cancelada. Há dois dias que sentia as típicas picadas dos ovários e os peitos a ficar doridos. 
Uma vez que havia esse risco, ainda antes de ser internada fui realizar uma nova ecografia. Era meia verdade, já tinha começado a ovular, mas ainda lá haviam alguns folículos, pelo que fui encaminhada directamente para a ala de internamento e comecei a preparação para a punção. Passaram talvez 15 minutos até me ver deitada na sala de cirurgia a ser desinfectada e sedada para iniciar o procedimento e outros 15 ou 20 minutos depois já estava acordada e a querer levantar-me.
Claro que tive que ficar várias horas ainda na cama até me deixarem comer algo e levantar-me para ir ao wc, mas no geral a minha recuperação foi boa e só nesse dia à tarde, quando já estava em casa, é que comecei a sentir dores mais a sério que me deixaram na dúvida se iria trabalhar no dia seguinte, mas que afinal abrandaram durante a noite.

O resultado da nossa perseverança foram 5 ovócitos. No dia seguinte viemos a saber que 3 desses ovócitos eram imaturos, tinham sido o resultado dos folículos mais pequenos que ainda se encontravam nos meus ovários, mas que os outros 2 eram maduros, de boa qualidade e tinham fertilizado. Aqui é onde tenho que partilhar convosco que, em todo este processo, este foi o ponto alto para mim. Depois de falar com a médica não consegui evitar chorar como um bebé, não de tristeza pelos 3 óvulos imaturos, mas de alegria por aqueles que desde então passaram a ser os meus "guerreirinhos" e é com uma alegria maior do que algum dia poderei descrever que hoje vos digo que esses dois "guerreirinhos" continuam a batalhar e a desenvolver-se e que, se tudo continuar a correr bem, pelo menos um deles será transferido este ciclo para o quentinho da minha barriga, onde esperamos que se aguente 9 lindos meses.

Bons Planos para todos e nunca desistam mesmo quando as probabilidades pareçam estar contra vocês!

4 comentários:

  1. Boa sorte! Fico a torcer para que tudo dê certo! Bjinhos. Biamarlene

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  2. Ai estou tão contente por ti :) vai correr bem! fico a torcer e a espera de novidades :D Bjks

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  3. estive para fazer IIU este mês mas teve que ser cancelada por hiperestímulo ovariano. Fiquei de rastos, pois para além de ser um ciclo onde não posso tentar nada, estou com imensas dores no abdómen.
    Espero que tenha mais sorte do que a que eu tive! :)

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