A Minha Situação Fértil (ou não)

Ultimamente tenho dado muitas voltas aos acontecimentos da minha última consulta com a GO.

Tenho feito alguma investigação para compreender os eventos e mudanças físicas e hormonais que ocorrem durante um ciclo normal e tentado compará-las com aquilo que está a acontecer no meu corpo.

Tenho chegado à conclusão de que a minha GO, talvez por ser uma querida e não me querer preocupar, deixou muito por dizer na última consulta.

Mas, antes de vos pôr a par das minhas conclusões, vou tentar explicar-vos de forma simplificada o que acontece durante a ovulação.

O ciclo menstrual divide-se em três fases: a fase folicular, a ovulação e a fase luteínica.

Durante a primeira fase do ciclo, que começa no primeiro dia da menstruação e acaba antes da ovulação, os níveis de estrogénio e progesterona são baixos. É nesta altura que o hipotálamo, ao detectar estes baixos níveis, avisa a glândula pituitária que chegou a hora de segregar a hormona FSH (Hormona Folículo estimulante). Tal como o nome indica, esta hormona estimulará alguns folículos a começar a desenvolver-se. Pelo menos um desses folículos irá atingir a fase de folículo maduro, altura na qual começará a libertará estrogénio. Os altos níveis de estrogénio darão a indicação ao hipotálamo que existe um óvulo maduro e que está na hora de libertar a hormona LH (Hormona Luteinizante).

O LH fará com que o óvulo seja libertado pelo folículo após 24 a 36 horas, começando assim a sua viagem descendente através das trompas de falópio onde poderá ser encontrado e fertilizado pelos espermatozóides.

O folículo que libertou o óvulo, passa a denominar-se corpo lúteo e libertará progesterona durante cerca de 12 a 16 dias, a fase luteínica. 

A progesterona espessará e preparará as paredes uterinas para a implantação. Caso o óvulo seja fertilizado o corpo lúteo continuará a segregar progesterona para que a gravidez se possa desenvolver até a placenta estar preparada para o substituir, caso contrário as paredes do útero começarão a descamar-se começando assim um novo ciclo.

O que acontece no meu corpo é que não existem níveis suficientes de progesterona, pelo que o meu útero começa a descamar-se antes de tempo, não deixando que o óvulo se implante. Por esse motivo, este mês começarei a tomar um suplemento desta hormona, que deverá acabar com o spotting, reduzir o tamanho dos meus ciclos e, se tudo correr bem, permitirá a implantação do embrião e ajudará a manter a gravidez.

Neste momento o que me preocupa mais é que, segundo os resultados da última ecografia, apenas tive um folículo maduro dois dias antes do spotting aparecer, 4 dias antes do red.

Apesar de ter que falar calmamente com a minha GO sobre esta situação e perguntar-lhe qual é a interpretação dela, para mim, não estou a ovular.

Mesmo pensando no melhor cenário possível  e considerar que estou a ovular, esse óvulo não teria oportunidade de se implantar, mesmo se os meus níveis de progesterona fossem óptimos. 

O que me leva a ter ainda mais certeza de que este meu raciocínio não estará longe da verdade é que a GO me mandou voltar lá passados dois meses para, caso até lá não consiga engravidar naturalmente, me receitar um medicamento para induzir a ovulação.

Afinal sem ovulação ou sem implantação não há gravidez e, como diz uma menina muito especial, há que afinar a coisa  :)